sexta-feira, dezembro 01, 2006

Os humanos NÃO são super heróis!


Hoje é feriado por se comemorar o dia da restauração desde 1640, e o sol até vai emprestando de si. Contudo, não é sobre esses dizeres que tenho necessidade de ocupar as próximas linhas.
Enquanto o mundo já girava há horas numa correria de afazeres, eu permaneci a manhã toda aconchegada no sítio mais fantástico do meu quarto. Quase sem notar que tinha acabado de acordar, dei por mim a pensar que hoje é o dia mundial de luta contra a SIDA. Roubei o arcaboiço aos lençóis e disse para comigo: “Como é que eu encararia a vida se o meu corpo tivesse, progressivamente, desprotegido até ao fim da linha…?
De facto, esta síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), que resulta da acção do vírus da imunodeficiência humana (VIH), é um flagelo à escala interplanetária. Vinte e cinco anos depois ter nascido para matar, dia após dia, vai infectando e afectando novas pessoas. Esta arma mortífera tem assombrado o mundo dos mortais. Chega de forma sigilosa, apodera-se da constituição básica do organismo dos humanos e impõe-se a todo o custo. Ao penetrar no organismo do hospedeiro, não conhece limites, pois começa de imediato a reproduzir-se dentro dos linfócitos T4 e replica-se destruindo as células defensoras do organismo e por conseguinte toda a linha imunológica das pessoas, deixando-as infectadas (seropositivas).Embora a SIDA, por si só não mate, faz matar. Doenças oportunistas advêm e conduzem-nos a um processo de “autodestruição”. Mais do que relembrar a sua definição científica é preciso aniquilá-la, ou pelo pelos, evitá-la. Atinge-nos por via sexual; por contacto sanguíneo; de mãe para filho durante a gravidez ou parto, bem como pela amamentação.
Revolta-me de forma desmedida e colérica, o facto de as pessoas não se protegerem dela. Julgar-se-ão super heróis e portanto feitos de uma matéria indestrutívell?! Devo chamar-lhe apenas irresponsabilidade desmesurada?! O mal não acontece só aos outros e é pena que, por vezes, seja necessário ele apoderar-se das pessoas para que elas consigam entender isso. Passar-se de imune a contaminado está a um pequeníssimo passo. Todos os dias são dias de contágio evitável!
Não é por acaso que Índia possui dos índices mais elevados de infectados. Infelizmente, aí, as condições de acesso a um simples preservativo são deploráveis. Porém, em Portugal, abunda o acesso aos mesmos e à própria informação, facto que não nos coloca na cauda da Europa e do mundo no que se refere ao número de infectados. Antes pelo contrário, as pessoas não se protegem convenientemente. É grave e imperdoável a falta de discernimento. A estupidez tem limites que, sob pena alguma, devem ser excedidos.
A SIDA tem de ser anulada e não uma fonte de anulação. Fazemos todos parte de uma massa humana a que chamamos de humanidade. Um por um, somos responsáveis não só por nós mas também por ela. A finalidade da evolução é progredir e não regredir. É curioso como um bolo gigante pode ser reduzido a migalha por um exíguo aglomerado de moléculas, que nem sequer células tem e que é de tamanho tão insignificante que não se vê. Talvez esse seja o grande problema. Julgamo-nos apenas um possível alvo daquilo que vemos e que nos impõe respeito pela grandeza que afigura. Este é um erro crasso que acaba por ter o preço mais elevado de todos: a vida.

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