segunda-feira, junho 08, 2009

Conversas de comboio

Viajar de comboio, a um sábado à tarde para ir para casa de fim-de-semana, tem as suas peripécias. Quando a pestana ainda mal abriu porque a noite anterior foi daquelas típicas de Faculdade, e se tenta passar pelas brasas, ouve-se umas coisas assim sem explicação.
O cenário é este: uma mãe, uma avó e um puto de oito anos, mais coisa menos coisa, em pura anarquia.
A avó sai-se com qualquer coisa assim: Não faças isso que levas um estalo. Ah e tal, não te quero mais lá em casa, enquanto a mãe assistia a tudo isto, no mundo da lua.
O miúdo entretanto, decide viajar pela carruagem, a gritar para o homem dos bilhetes:
-Ohhh pica, anda cá picar!
Isto pareceu acordar a mãe que o foi buscar ao tabefe, que, cá entre nós, devem ter-lhe parecido umas festinhas pelo pêlo.
Depois, sentou-me à minha frente e eu, antevendo uma tentativa de diálogo, olhei-o com ar reprovativo ao que ele desistiu e mudou-se, novamente, para o pé da avó. Entretanto, cerca de cinco minutos antes de sairem, a avó repreendeu-o, novamente, por qualquer coisa, ao que ele se virou simples e naturalmente com um ar de king kong e lhe respondeu:
- Deixa estar, que quando fores velha não te limpo o cú.
Posto isto, pergunto-me o que será desta criatura e de mais uma série delas quando crescerem.

Nenhum comentário: