Não será, de todo, o tipo de autores que perfazem o meu estilo preferido, enquanto seres em si. Mas há um facto inegável: deixou obra. Mais ou menos polémica, mais ou menos produtiva.
O primeiro livro que lhe conheci, foi o "Memorial do Covento" a propósito das obras que nos incutem no secundário. Mas há imposições férteis e esta foi uma delas. Seguiu-se o "Ensaio sobre a Cegueira" e uma série deles, que li num contexto não obrigatório.
Não lhe conheci muitas entrevistas, falas ou dizeres. Porém, gosto do que escreve. Não tanto de como escreve, mas do que retrata. Do jeito ímpar para a escrita. Do sarcasmo, por vezes, certeiro. Falta-lhe a ortodoxia da pontuação e sobeja-lhe a mestria de uma vida cheia. Acho que quem escreve com calos, o faz, senão melhor, de certo de forma bem distinta.
É que, isto de escrever, fica para quem sabe. A leitura, essa, para quem quer.
Vai o homem, fica o rasto de si. Por essas e outras tantas razões, está de parabéns.