
Há verdades indesmentíveis traduzidas por aspectos que pouco ou nada mudam ao longo dos tempos. É, que, as coisas hierarquizadas podem sofrer reformulações mas, no fundo, são iguais. A maneira com que se afiguram é que pode ser ligeiramente diferente.
Refiro-me à maneira como a sociedade funciona em termos de diferença de sexo. A mulher e o homem, não têm, nem por sombra, as mesmas oportunidades em termos sociais. Os motivos são diversos e o resultado também. Aliás, o resultado salta à vista.
Quer queiramos quer não, vivemos num regime machista feito para os homens. Uma mulher é sempre mais condenada por isto ou por aquilo e as diferenças começam logo em termos fisiológicos. Além disso, uma mulher é sempre vista de lado, se ocupa funções predestinadas, por excelência, aos homens. Poderia desdobrar os exemplos, mas a realidade fala por si.
A igualdade tem de transcender a teoria, pois, na prática, ela é um mito maior que o monstro de Lock Ness.
Um homem à partida vê na namorada, na cônjuge, ou no que quer que seja, uma segunda mãe. E se ela não se coaduna com essas funções de matriarca, então temos o caldo entornado. Não obstante, se um homem casado sai para beber um copo com amigos e a mulher fica em casa a tomar conta do filho, é naturalíssimo em sociedade. Porém, o inverso, por nem sequer se julgar legítimo até pela própria mulher, raramente acontece.
Os condicionalismos de se ser mulher são tantos, que me perderia a enunciá-los. É uma coisa bonita, é sim senhor. Mas uma prova dura todos os dias. Nascer homem, continua a ser e será, uma sorte. Sorte essa que se traduz em facilidades sociais, psicológicas, genéticas. Enfim, nascer-se homem é um passaporte antecipado para a facilidade, nua e crua.