Esta madrugada a propósito de uma conversa informal, fiquei incrédula perante tanto conservadorismo. Falava-se de que era incorrecto, uma mulher mostrar o seu namorado se este não fosse um compromisso sério, e que era igualmente impensável, ela não chegar virgem ao casamento. Mas isto só se aplicava no sexo feminino. Por momentos, pensei estar a falar com a minha avó. Mas não. Estava a ter aquela conversa com um conhecido que tem quarenta anos. Dizia-me ele “ Hás-de concordar comigo que nunca é o rapaz que chega com o bucho cheio a casa”. A expressão é tão corriqueira e desagradável que a minha reacção foi rir da idiotice. Esta ideia de que a mulher tem de ter sérias “rédeas”, com uma liberdade claramente oprimida pelo simples facto de ser ela a engravidar, deixa-me atónita. O que é ainda mais ridículo é que eu estava a ouvir aquilo de uma pessoa, supostamente, crescida. Hoje em dia, custa-me a aceitar que os pais queiram impor estes valores, felizmente ultrapassados, aos filhos e em especial às filhas. Uma educação digna, não se pode basear em opressões a este nível, pois as coisas impingidas à força não dão bom resultado. Uma rapariga é tão digna de sair e se divertir como qualquer rapaz. É verdade que juízo com peso, conta e medida nunca fez mal a ninguém. Agora, não é por se ser menina que se deve ser imaculada, como uma espécie de freira e, não me estou a referir à sua virgindade, mas sim a uma normalíssima vida de adolescente. Na minha opinião, uma aprendizagem útil não resulta de pressões mas de ponderações flexíveis. Mas quem não concordar, faça favor de se expressar.
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