Depois dos quase incontáveis rios de tinta que se vão escrevendo acerca do balanço final da Selecção, não haverá muito mais a acrescentar. Agora que é tempo de fazer contas, se para uns há que questionar a participação da equipa das quinas, outros existem que lhe dedicam uma autêntica oblação. Como em quase tudo na vida, é uma questão de perspectiva. Ter chegado à meia-final, ultrapassando promissoras selecções e acabar em quarto lugar, parece que sabe a pouco. É um quase não levado a cabo, mas é o quase que foi possível e honrosamente merecido. O futebol é um mestre em emoções. Leva ao rubro os adeptos, os jogadores, toda aquela comitiva acaba por se prostrar diante de outra que tem objectivos similares. De uma maneira ou de outra, toda a gente acaba por libertar aquele “Ohhh”. Agora que estamos em altura do mundial, não faltam bandeiras a mostrar o pseudo patriotismo, mas depois desta febre passar e quando as bandeiras já não estiverem hasteadas para, "Inglês ver", grande parte do orgulho que ali estava também içado, enfraquece e vai-se voltando à normalidade. A rotina começa a dominar e traz consigo a amnésia daquela gente que outrora ergueu a bandeira e que hoje, passadas ainda escassas horas, não sabe sequer o simbolismo daquelas cores. Se é que alguma vez soube. Quando já não há bandeiras à janela, mergulha-se nos problemas de um país onde o povo é cada vez menos patriota e onde os assuntos triviais passam a ser tudo menos interessantes. Palavras como “Portugal… Selecção… Bandeira…” vão, progressivamente, hibernando do google por, pelo menos, dois anos. |
quarta-feira, julho 12, 2006
Acervo luso
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