Tive um professor de Psicologia que falava, por diversas vezes, acerca dos livros de António Lobo Antunes, um médico especializado em psiquiatria por pensar que era parecido com literatura - palavras do próprio - Naquelas aulas era comum ouvir elogios recorrentes a uma escrita fantástica aliada a um conhecimento invulgar.
Certo dia, veio à baila a obra “Memória de Elefante”, o seu primeiro romance, datado de 1979. O nome ficou-me na memória, longe de ser de elefante, e por cá tem andado. Acontece que hoje fui à biblioteca, e rebosquei o dito livro no meio dos ínumeros que abarrotam aquelas prateleiras. Acabei por o encontrar e trazê-lo comigo, para com ele iniciar um subterfúgio aparentemente promissor a avaliar pelas seguintes palavras existentes nas linhas primordiais:
_ Senhor Morgado, pela saúde dos seus e dos meus tomates não me lixe mais com o caralho das quotas durante um ano e diga à Sociedade de Neurologia e Psiquiatria e amanuenses do cerebelo afins que metam o meu dinheiro enroladinho e vaselinado no sítio que eles sabem, obrigadíssimos e tenho dito. Ámen.
Bom, isto foi somente a página doze. Veremos o que me espera nas outras. Mas tem pinta, diga-se.
Bom, isto foi somente a página doze. Veremos o que me espera nas outras. Mas tem pinta, diga-se.
Se qualquer pessoa proclamasse tal recanto obscuro da língua mestra de Camões, teria gratuitamente o título de mal educado e parvalhão. Mas estando isto num livro de renome, a leitura é eminentemente produtiva. Portanto, a editora lançou e a malta adere. Vou descamisar estes dizeres para ver que palavras tão notórias são estas.
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