Despedir-me de alguém, sempre foi uma coisa que me ultrapassa. Deixa-me, invariavelmente, com aquele friozinho na barriga. Quando se sabe que não é um até já, será, porventura, um até um dia; a tarefa fica ainda mais complicada de levar a cabo.
Hoje é um dia destes. Não me lembrava, desde os tempos de criança, de dar um beijinho a alguém que estava a partir. Acaba por gelar tudo em nós, a começar pelos lábios. É um beijo frio, contrariamente àquilo a que nos habituámos.
Depois do arrepio, fica a imagem da pessoa. Mais do que isso, ficam muitos momentos que julgámos já esquecidos. Alguém já chamou a isso de memórias. Não sei se o são, de facto. Sei que são elas que nos prendem às coisas. Aos lugares. Aos dias. Às horas. Mas, sobretudo, são elas que me levam a ti.
Obrigada e até sempre.
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