Este país é uma perfeita orgia! O estado é o primeiro a exigir uma boa conduta, mas também é o primeiro a erradicá-la. Vivemos num regime de duas faces: a conveniente e hipócrita, e a verídica.
A menos de dois meses dos exames nacionais do 12º ano, parece-me impensável não ter sido apresentada uma prova modelo às diferentes disciplinas. Senão vejamos, nós estudantes somos duplamente prejudicados. Por um lado, servimos de meras cobaias, num programa novo que ninguém sabe muito bem no que vai dar. Como se isso não bastasse, as típicas provas modelo, foram substituídas por algo que, supostamente, são questões tipo. Bem, só estou para ver se o “tipo” vai parecer-se com o exame.
Este ano, tem sido um perfeito caos. Os exames são uma espécie de fantasma, surgem e ressurgem subitamente. Veja-se o caso de Português B, que até há bem pouco tempo, nem os professores sabiam se realmente o exame seria uma realidade. Além disso, apenas poderiam supor acerca do seu conteúdo, através das risíveis provas modelo. Em acréscimo, levanta-se o pormenor idiota do peso considerável da gramática. Sim, é da pura gramática que os alunos vão precisar para enfrentar um curso superior. Saber de fio a pavio, as classes gramaticais e afins, parece-me de uma utilidade imprescindível, sem réstia de dúvida.
Depois do terrível erro, tentam redimir-se com provas intermédias de matemática e de química. Esquecem-se é que, quer queiramos quer não, vamos ter de prestar contas a cinco disciplinas. Assim sendo, não é concebível irmos com apenas hipotéticas questões tipo para o exame, para no final se assistir às típicas declarações de descalabro nas provas. Por que será?
Mais um caso lamentável, mas “manda quem pode, obedece quem deve”. Quer dizer, mandar mandam muitos, mas governar, governam muito poucos. E isto é tudo menos governar.
sábado, abril 22, 2006
Nota negativa
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