sexta-feira, janeiro 25, 2008

Esguia

Gosto de me aninhar no colo na minha avó, como se ainda tivesse cinco anos e um mundo inteiro por descobrir. Tocar-lhe nas mãos, consertar-lhe o chapéu. Era exactamente isso que lhe fazia quando ainda era criança e aprendia, aos poucos, a andar. A segurar-me em mim. A suster qualquer coisa que hoje me escapa e que os crescidos chamam de inocência. A imaginação, essa, percorria, passo a passo, os trilhos das histórias que me encantavam.
Não sei se ainda sei correr assim, sorrir assim, abraçar assim; aproveitando o, assim, em cada segundo tão banal. Mas sei que os olhos incessantes e aquelas mãos esguias ainda ali estão. Até quando não sei, mas se soubesse respiraria em contra relógio.

Nenhum comentário: