Já dizia o Camões: “mudam-se o tempos, mudam-se as vontades”. Se há uns anos atrás o carnaval tinha aquele gostinho que transcendia em muito um mero disfarce, escolhido a dedo, hoje é um daqueles dias que se misturam entre tantos outros. Hoje, o espírito é outro. Os miúdos de outrora cresceram e abstrairam-se destas trivialidades. Ilusória e ridiculamente, os adultos argumentam que não têm tempo a perder com isso, pois as suas funções restringem-se às das gentes crescidas. O meu carnaval resumia-se à guerra dos balões e aos piropos acerca de cada disfarce, mas é esse tempo que vai perdurar. Sempre adorei o dartacão, por isso, o carnaval tinha que ter dartacão à mistura. As meninas veneravam a barbie, os seus cabelos, a elegância e a beleza. Mas o que eu realmente gostava era do dartacão e da julieta. A ida à escola nesse dia era uma verdadeira euforia, talvez a maior de todo o ano. A única coisa que aprendíamos era a fazer malandrices mais hábeis… Enfim, belos tempos. Olho para os amigos de infância e já quase ninguém rejubila com o espírito carnavalesco. A máscara de hoje é a monotonia. Onde estão os miúdos rebeldes? a vitalidade juvenil? Apagada pela frieza dos dias de hoje?! Afinal, crescer em muitos aspectos, faz de nós pessoas menos felizes, apenas ligadas aos convencionalismos. As mentalidades dos pseudo jovens estão em mísera decadência. _ O quê ir jogar ao Carnaval?! Vamos mas é jogar PSP! Assim prosseguimos a passos largos num mundo mutuante, onde a mudança é escassamente sadia. |
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