As pessoas têm muito a mania de se camuflar naquilo a que chamam destino. Este parece ser a desculpa perfeita pois, se assim o é, à pessoa é apenas atribuída uma acção passiva. Outorgar-lhe um carácter impreterível e inalterável, parece ser a desculpa perfeita para nos isentar de qualquer culpa.
Somos nós que agimos, bem ou mal e as escolhas que fazemos, os medos que temos, o sonho de chegar mais além, não fariam qualquer sentido se fossem transcendidos a um plano paralelo a cada um de nós. É leviano atribuir ao destino a razão primeira das coisas. Somos pessoas, não meros projectos delimitados e a vida somos nós que a fazemos com escolhas mais ou menos acertadas. Cada um vive à sua maneira e a sua vontade é soberana dentro de certos limites.
Os seres insensatos chamam-lhe destino, eu chamar-lhe-ei apenas opções de vida, sendo que esta é demasiado preciosa para se desperdiçar assim. Não percebo, nem posso perceber, mas talvez um dia isto faça sentido.
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