sábado, julho 04, 2009

Indefinível



Radio Macau. Cantiga de amor

Correndo o risco de me repetir pela milionésima vez, mas já repetindo, esta música é algo de extraordinário. Sabe a sentimento. Gosto. Prazer. Sabe ao que não sei. Sabe aos mil e um sabores de uma vida.

quinta-feira, julho 02, 2009

Cinco anos de saudade!



Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto, em 1919, viveu em Lisboa, onde estudou e tirou o curso de Filologia Clássica e faleceu no dia 2 de Julho de 2004. E assim voaram cinco anos, desde então.
"A menina do mar" ou "O cavaleiro da Dinamarca", marcaram-me para além de serem obras abordadas na Escola. Marcaram por si e em si, pelo misto de genialidade e subtileza.
Fica um poema da diva que, sempre apreciei, e que nasceu para o mundo antes de mim.
Porque, como alguém disse um dia, "tudo o que perdemos, automaticamente, dobra de valor"; fica o Porque. Só e somente, porque, haverão sempre mais perguntas do que respostas.


Porque


"Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não."

“No Tempo Dividido e Mar Novo”, Edições Salamandra, 1985, p. 79