quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Coisas de estudantes

Ontem duas alminhas cozinharam para mim, nesta residência. Ah e tal, havia noite de farra e prometia. A seguir ao jantar, era a vez do arraial.
Perante a tamanha gentileza, fui tomar um banhinho. Quando cheguei, tinha um arrozinho de marisco à minha espera, um rosé e um traçadinho. Coisas boas, portanto. Faltava era o dito saca-rolhas. Tive de dar voltas e mais voltas às garrafas e aos meus braçinhos. Puxa para aqui, carrega para ali, empurra mais um bocadinho. Enfim, uma verdadeira salada russa.
Depois deste trabalho árduo, chegou a altura de provar o pitéu. Ou espécie, vá. Havia ali um gostinho qualquer que...enfim. Parece que a culpa era do creme de marisco que não foi o nosso melhor amigo. Mas, vá, meninas podem continuar a tentar. Um dia, sai no ponto.
Moral da história: Uma pessoa fica sem jantar, mas nada que um croissant misto e o belo do Rosé não tenham resolvido. Venham mais noites destas.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Pessoas que ficam

Quando a vida nos escorrega num ápice mais rápido do que ela própria, e nos leva as pessoas de quem gostamos, deixa-nos tarefas demasiado pesadas.

A primeira de todas, é um rasgo em qualquer coisa que está cá dentro. Quebra-se o encanto. É o olhar para uma foto e pensar que já não passa de isso mesmo. É a rebuscagem imensa de um e outro momento. Da colecção deles todos. São as noites mal dormidas. São as lágrimas que vêm lavar a cara. São os abraços que só têm lugar na memória. São as tardes de discórdia e de afecto. Foi a minha infância e a sua infindável paciência para me aturar. Foi tudo isto e muito mais, numa mistura que existe numa massa mais dura que o aço e que parece impenetrável.

Foi assim que vi a minha avó a ir embora. Três dias depois de me dar um beijo, que não me soube a últmo. E a seguir, um sorriso que sei que guardarei. Sempre. Porque foi uma ligação muito maior do que apenas um grau familiar. Foi companheira de muitas horas, de muitos momentos. Da minha vida até aqui. É isso que vale e valerá sempre.

Obrigada por tudo, avó. Vou sempre gostar de ti. Um beijo.

P.s: Há posts que nunca deveriam existir. E este, é aquele que nunca desejei escrever.