domingo, janeiro 29, 2006

Futebol à três quinze...


Ora então vamos aos prognósticos. Casa cheia, adeptos ao rubro, tudo fazia esperar um resultado animador. Porém, não houve mais do que uma réplica de um Benfica que, sinceramente, eu própria não reconheci. O povo costuma dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras e, neste caso, mais do que qualquer comentário que possa tecer, só mesmo ver para crer. Parece que me enganei quanto ao resultado final, mas confesso que foi um autêntico pasmo. Depois de um ciclo de vitórias, é natural que estivesse à espera de outro desfecho, completamente distinto. Se a questão for levada para o lado da justiça, então há que ter a frieza necessária para dizer que o Sporting foi o justo vencedor, por aquilo que fez e produziu, pela sua atitude ofensiva. Quando a equipa da casa passa noventa minutos, como se tivessem aterrado em cada momento no relvado, completamente atónicos, sem saber muito bem quem marcar; então é mais do que evidente que é meio carimbo para a derrota.
Há alturas, que uma natural indignação me invade quando, o Benfica ataca, remata, tenta e volta a tentar e nada de golos. Ontem, não foi de todo uma dessas situações, visto que quem não marca, por norma, não tarda em sofrer. O que eu vi não foi um duelo, foi um jogo em que de Benfica não se viu nada. Faltou garra, determinação, postura, ataque, organização. Enfim, faltou jogo.
Resta, então, dar os parabéns aos visitantes pelo resultado que conseguiram inverter a seu favor. Quanto aos da casa, como em todas as equipas, existem dias menos bons, em que efectivamente das jogadas sai tudo menos futebol.
Não obstante, um título não se define numa jornada e como tal o Benfica é o presente campeão nacional, que vai erguer a cabeça e seguir em frente. Afinal de contas, se o resultado tivesse sido uma vitória para as águias, então os lagartos (sem sentido prejurativo) teriam a vida ainda complicada. Em termos práticos, faz aumentar a disputa. É incontornável que o Benfica, quer queiram quer não, é a única equipa portuguesa que está actualmente na liga dos Campeões, portanto seria injusto passá-la de bestial a besta.
Em jeito de remate final, só os burros não aprendem com os erros e como tal, esta derrota, servirá ao menos para redefinir estratégias. Só não compreendo como é que muitos desses adeptos com o ego enaltecido, com é previsível, só se sejam capazes de manifestar em ocasiões mais abonatórias, sendo que quando o resultado não é sorridente afirmem com expressão néscia e, passo a citar: “Ah não me identifico muito com o futebol!”.

sexta-feira, janeiro 27, 2006


Amanhã seria mais um singelo dia. Mas não é! É dia de derby, que é como quem diz gritar até a voz doer. É dia de tensões ao rubro, de roer as unhas, de berrar. Sim berrar!!! É dia dos olhares desiludidos, enquanto outros se colam à TV (para quem não tem o privilégio de assistir directamente). Enfim, são 90 minutos cujo produto final pode ser uma dor de cotovelo, que está naturalmente, interdita aos da casa.
Espero que a luz se enalteça da sua glória eterna, que os miúdos suem as camisolas do emblema sagrado que representam. Em suma, que sejam os melhores em campo, mas como isso não se obtém por osmose, que joguem com a garra. Espero que comprovem por que é que o Benfica é um “osso” duro de roer.
Diria que vai ficar 2_1 para os da casa, mas como nunca tenho sorte no totobola, é melhor reservar os prognósticos para o fim do duelo. Por agora acabo com uma oblação a comitiva encarnada: FORÇA BENFICA!

domingo, janeiro 22, 2006

Amaro na calha...


Depois de tanto alarido à volta desse filme português intitulado de: “O crime do padre Amaro” acabei por ir vê-lo ao cinema. Essencialmente serviu para dois motivos: voltar a ir ver um filme ao cinema, o que já não acontecia há uns meses e, para mais uma vez, poder comprovar que um filme português tem muito que evoluir. Confesso que o último filme falado em língua de Camões que me atrevi a ir ver, foi o Jaime. Com as devidas diferenças o conteúdo, apesar dos anos que os diferenciam, não é muito diferente. Se o Jaime reflecte o típico português meio apardalado, onde a asneirada é proporcional ao número de palavras; o Crime do padre Amaro, é daquele filmes sem sal, onde a falta de sabor parece estar disfarçada pelas cenas de sexo a que se assistem, cada uma mais banal que a antecedente. Neste caso concreto, não havia grande margem de manobra para a sua elaboração, visto que é uma réplica das páginas do livro de Eça de Queirós, passada para a tela do cinema. Nunca li o livro, mas depois de o ver em filme qualquer força que me levasse a fazê-lo anulou-se por completo. No entanto, pelos vistos nem tudo foi seguido à regra. Aqui e ali, a publicidade ao Cofidis ia mostrando o ar da sua graça. (Onde a necessidade de orçamento chegou). Achei muita piada, daquelas que se coadunam na perfeição com o filme, quando como manda a ética a mãe é demovida pelas palavras do Sr. padre, para não abortar. Como há sempre o lado bom da questão, as piadas de um dos padres, lá foram animando os espectadores, (valha-nos isso).
Enfim, filmes portugueses não estão de todo no topo das minhas preferências. O que é uma pena, por que defendo que Portugal tem bons actores, que com certeza honrariam o nome desta lusa gente, onde quer que fosse. Porém, para tal, não são filmes como o Jaime, Zona J, Sorte Nula, entre muitos outros que vão acalorar estes talentos. Porventura, o problema reside nas minhas escolhas quanto a filmes portugueses, pois ainda não vi nenhum que gostasse realmente. Por defeito de escolha ou falta de bom gosto, como queiram intitular, a verdade é só uma: filmes portugueses é daquelas coisas que primeiro se estranha e depois se entranha
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sexta-feira, janeiro 13, 2006

Era uma tarde amena de Inverno, o sol espreitava entre as nuvens como se estivesse envergonhado ou apático a tudo o resto. Eles estavam sós, desfrutando de uma brisa estranhamente gélida e agradável, enquanto caminhavam pela avenida sem rota traçada e com um destino indefinido. Compartilhavam entre si aquele momento, fazia-no em silêncio, pois tudo o que pudessem proferir era demasiado vazio. À sua volta tudo estava num perfeito frenesim, no entanto nada lhes sugava o que quer que fosse, nem tão pouco os fazia compartilhar da azáfama. Aqui e ali, iam ouvindo um ténue suspiro de alguém que consumia desalmadamente aquela monotonia. Porém, nada importava por que aquele momento era só deles e, apenas eles o compreendiam num emudecimento profundamente esclarecedor. Prosseguiam as suas passadas e tudo era tão rápido quão a fugacidade dos seus pensamentos, mas eles continuavam imunes como vultos imperceptíveis. Parecia que ambos não estavam ali. De facto não estavam, apenas passavam, pois o mundo daqueles dois corpos era indissociável da realidade onde assistiam às sensações de outrem. Ao longe no fim da avenida, acabaram por se sentar num banco que lhes dava total primazia sobre o mar. Avistaram-no buscando nele algo que os completasse. Era um momento aprazível de mais para poder ser expressado, só o podiam sentir com a mesma intensidade que experimentavam na compartilha deles mesmos. Olharam-se nos olhos compreendendo que nada importava, eles eram tudo e nada ao mesmo tempo. Quando se voltaram de novo para o mar, observaram as gaivotas que se comunicavam num som inquietante. Contrariamente a elas, a linguagem deles era o mutismo. Numa espécie de telepatia, foram percorridos em simultâneo por algo que os fez pensar que se o paraíso existisse, então estavam nos seus aposentes sublimes. E o paraíso era o agora, era aquele momento que ambos jamais esqueceriam.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Aula de biologia...

Então, perante isto, digam-me lá quem é que nas aves é o ser homogamético?
_ Então stôr, é o homem! LOL

domingo, janeiro 08, 2006

Coisas...


Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?
Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?
Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.
Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.

By Alberto Caeiro


sábado, janeiro 07, 2006

Fragmento de antes


Crescemos habituados a que o mal só acontece aos outros e de que, de alguma forma e sob concílio dos deuses, possuímos uma esfera impenetrável que nos confere um escudo protector. No entanto, sem estarmos à espera ele aproxima-se a uma velocidade estonteante. Uma ou outra réstia de vislumbre, sugere-nos que temos todo e mais algum tempo do mundo, um tempo que não é do tempo, é nosso e faz parte de nós. Porém, aquilo que até aqui estava bem longe, passa a estar perto. Perto de mais. Está tão perto que não se consegue tolerar, causa incómodo e angústia quem está próximo. Este osso duro de roer, roça inexoravelmente na incapacidade de agir e fazer mudar o rumo das coisas. Nesta altura, invade-nos uma frustração que massacra. Tomamos consciência de que não controlamos nem por um instante o nosso metabolismo, uma vez que até aqui a natureza tinha-se encarregue de ser completa quanto a isso. Mas já não é. Também ela falha. Fá-lo de forma brutal e ofensiva, sem hipótese para qualquer ressalva. O que fazer? Nada, nada há a fazer, a não ser esperar, esperar por aquilo que não se quer, mas que virá mais cedo ou mais tarde. Possivelmente, mais cedo do que tarde, porque o tempo aqui não cura, não caleja. Apenas faz cessar um curso que outrora começou e que acaba aqui.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Problema de expressão


Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
Clã

terça-feira, janeiro 03, 2006

Escola, escolinha... és cá uma merdi***

Bem, realmente quando se está algum tempo sem se ter aulas, o regresso às mesmas é uma penitência, que até dói.
Isto não é fácil recomeçar mais um período com aquelas aulas de biologia logo à segunda-feira de manhã, (até a minha avó consegue ser menos aborrecida…). Ah e depois ainda ouvir: “Oh meninos não usem a palavra necessário nos testes que isso faz lembrar o Lamarck”… “ Stôr posso ir à casa de banho? Epah mas é mesmo preciso”?! O homem deve pensar que uma pessoa vai ao WC para fazer desporto ou algo que se pareça, tipo uma corridinha, (se bem que às vezes lá calha…). Dá vontade responder: “olhe não é preciso, é NECESSÁRIO e urgente, senão traga um penico para as aulas e já agora um belo estimulante…”. Como se isto não bastasse, a frase irrisória que vai ficar para a história é: “Ah o trabalho estava muito bom, mas por causa da coreografia não posso dar 20” Afinal de contas, já não se pode usar expressividade à medida que se fala, porque agora parece que isso passou a ser chamado de coreografia. A cena mais descabida é quando um lápis, escapa e cai, e se ouve simultaneamente: “Pah atenção, vocês não sabem que têm de fazer exame”??? Isto é no que dá casarem-se com o GAVE e companhia, em sigilio, e depois uma pessoa que lhes ature as neuroses. Enfim…
Mas como o melhor de tudo são as crianças, como é bom voltar a vê-las aos pontapés nos corredores para ver qual delas consegue destruir o nariz mais próximo. Porém, o que é realmente agradável, aliás é por isto que gosto de fazer testes, é o facto de uma pessoa estar a tentar fazer um teste, quando de repente entra disparatada uma miúda, que caiu não sei muito bem de onde, a bracejar: “Oh pai, ó pai…” Enfim, logo agora que aquela escola até estava a ficar recomposta, depois da saída de um elemento, que já fazia parte da mobília.
Hoje ouvi de tudo, até:: "O meu filho é tão ferrenho pelo sporting, que é anti_benfiquista..." Quanto a isso, tratarei num post em breve. Por agora só constato que é grave ver cada vez mais gente a degenerar... (Coitadinho, ainda é criança não pensa por si. Mas não é preciso ser-se ferrenho, é preciso é estar-se iludido...)
Bem, por tudo isto é impossível não ter saudades de retomar o 2º período para assistir a espectáculos destes… uma pessoa até fica maravilhada! Na verdade, sei que vou ter saudades disto (mas daqui a uns belos e longínquos tempos… quiçá.)
Para acabar em beleza, desejo bom regresso a mais uma jornada, ás pessoas que assistem a espectáculos deste género por esse mundo fora. Por agora, vou ver se estudo alguma coisinha... lá terá de ser. :)