sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Intermitências

O vento parece enfurecer-se com nada e dissipar-se em tudo. Mas isso é lá fora. Somente lá fora. Cá dentro não. O ritmo aqui é distinto de tudo. Até do hábito. Não sopra nada só porque sim, ou talvez não. Esta coisa sem nome e que os homens tão bem conhecem, move-se à margem das leis da sua própria criação. Não conhece barreiras e os estorvos só ali estão por se recusarem a estar na periferia de um ópio que custa a sarar. Encontra-se só por encontrar, como fugidia daquilo que não tem razão de ser porque não é.
Não é que as perguntas mudem com o tempo, mas as respostas, por vezes, são diferentes do tempo e no tempo. Talvez mudem por alguma razão que me escapa, talvez me encarem para se mostrarem bravas. Talvez isto ou talvez aquilo. A quantidade do talvez, oscila entre as brumas de uma querença e o maremoto da soberania. Talvez o acolá, ali, seja uma certeza incontestável. Porém, aqui, a escassos metros do que quer que seja, faz-me assim. Traz-me, molda-me e edifica-me.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Coisas boas da vida



Red Hot Chili Peppers
*Cabron*

Oh céus! Esta música é extraordinária. Quase tanto como aquelas férias e aquelas pessoas...
Para recordar até quando só existirem cabelos brancos na minha cabeleira!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Realmente, há coisas fantásticas!



































































































































































Aiiiiiiiiiiiiii (e espasmos afins) cavalheiros... cavalheiros... a quanto obrigais!



É basicamente esta a minha futura carta ao pai natal, coisa pouca... efectivamente!
Só porque a virilidade, de facto, é talvez a oitava maravilha do mundo, aqui ficam alguns exemplares. É pena não poder pôr todos. Mas fico certa de que os que faltam, estão bem representados.

Qual euro milhões qual quê, pah! Não custa sonhar... ;)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Dia oficial da materialização de sentimentos

Dia dos namorados.
Cortesias forçadas.
Gestos confundidos com as normas impostas.
Presentes estipulados.
Carinhos programados.
Mel e mais mel.
Tretas.
É o que este dia é: uma treta!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Finalmente SIM!

Finalmente, o país está a evoluir. O povo quis e a sua vontade foi soberana. O SIM está aí. Gostei de ver, mas acho vergonhoso, uma abstenção tão elevada. Se deixarmos tudo para os outros decidirem, poderemos reclamar do quê? É preciso opinar. As pessoas que se abstiveram são as primeiras a ter de evoluir e a aprender que o mundo onde estão também depende de si.
Somos pequeninos, caminhamos devagarinho, contudo chegámos lá. Bem-haja!

domingo, fevereiro 11, 2007

Votei SIM. Porquê?

Hoje fui exercer o meu dever cívico. Com o intuito de contribuir com a minha opinião para um assunto que acarreta questões que transcendem a legislação, lá estive a reivindicar a cruz no SIM!
A pergunta em causa é:
Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Há uma clara subdivisão da questão em quatro perguntas:

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez?
Sim concordo, porque um filho não pode existir como fruto de uma ligação trivial; devido a um acidente de concepção ou por outro qualquer motivo erróneo. Tem de ser algo que se queira. Uma pessoa nasce com um dever e um estatuto que devem estar assegurados.
Além disso, apesar de na prática nenhuma mulher ser presa por ter abortado, pois é-lhe aplicada uma pena suspensa, a verdade é que fica com cadastro para toda a vida. Quando, por exemplo, concorre a um emprego, esse facto, quer queiramos quer não, não é abonatório para si.
Não se trata de liberalizar o aborto ao despenalizá-lo, trata-se apenas de não punir uma mulher se tiver decidido abortar. Liberalizar é dar com liberdade. Se despenalizar fosse equivalente a liberalizar, então estaríamos num pressuposto moral não ultrapassável. Não creio, que assim seja. É antes uma questão de saúde pública.
Votar não, é penalizar e proibir. Votar sim, é dar a possibilidade de escolha. Esta proibição, transporta um imperativo mais moral do que outra coisa. E a moral é no mínimo subjectiva. Portanto, não é de facto a melhor solução, porque assim fosse abrangeria todas as situações.

Se realizada por opção da mulher?

Se não for a pedido da mulher, é a pedido de quem? Não se trata de a mulher ser dona suprema da sua barriga ou não. O que não pode acontecer é relativizar-se o conceito de vida. Quer se aborte em caso de deficiência grave do feto, violação, ou por motivos de risco de vida para a mulher, a verdade é que se aborta. Será um feto, nas situações anteriormente descritas, menos vida do que um dito normal?
Se a lei em referendo for avante, quer isto dizer que é a instância individual de cada mulher que vai ser o juiz. Mais do que um juiz regido pelas leis humanas, é um juiz formado na consciência de cada uma. Talvez, o mais viável de todos.
Este é o grande motivo de eu votar sim.

Nas primeiras dez semanas?

Desde 98 que abortar independentemente da semana de gestação, é ilícito. Mais do que isso, é clandestino. Inúmeras são as pessoas que vivem deste negócio nas malhas da clandestinidade, edificando verdadeiras fortunas sobre aquilo que o estado não aprova: a liberdade de abortar. Ironicamente, acaba por as de tratar no SNS, com o dinheiro dos imposto dos cidadãos, quando a clandestinidade não corre bem.
Em dez semanas pode-se ter gerado parte de uma vida, mas em pouco minutos podem destruir-se duas. Assim sendo, este prazo possibilita a opção de escolha para se ponderar uma gravidez e decidir levá-la a termo ou não, sem pôr em risco a vida da mulher. Nos restantes países onde a lei foi avante, os prazos são variáveis. Estamos, mais uma vez, numa relatividade tornada, minimamente consensual, no prazo que foi a referendo. Se é ou não o mais acertado, isso não sei. Mas é o prazo possível.

Em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Os profissionais de saúde que se manifestam contra o aborto, procuram camuflagem em termos numéricos. Se olharmos para as estatísticas, facilmente se verifica que hoje, apenas 15% dos abortos acontecem no estrangeiro, em clínicas privadas, pagas a preço de ouro. Por quem pode, claro está. Dos que são feitos em território luso, a maioria já é realizada em estabelecimentos de saúde: 32,2% em clínicas privadas, 18,2% em consultórios médicos, contra uma minoria de 6,9% feita em hospitais públicos. Apenas 39,4% dos abortos são realizados em casas particulares. A lei é clara, quando exige que os abortos nos casos que fogem ao já estipulado, sejam punidos com prisão. Curiosamente, 45% destes são feitos pelos senhores doutores, contrapondo os 30,6% que são executados por parteiras. Caricatamente, tudo isto quando abortar é crime a diversos níveis. Além do referido, 22,7% das mulheres obtiveram informações sobre o local clandestino onde poderiam abortar, por intermédio de um profissional de saúde. Uma autoridade na matéria, portanto. E quando é uma autoridade a manter a ilicitude da sua conduta, então pouco mais haverá a acrescentar.

Nesta óptica, ninguém me pergunta:
Quando começa a vida?
Abortar é matar?
Concorda com o referendo?
Deverá ser uma mulher absolutamente dona do seu corpo?

Se estas questões não estão no debate, usá-las como argumento não me parece válido.
Pelo referido anteriormente, o SIM pareceu-me o mais razoável.
Espero, sinceramente, que a abstenção não prive a legalização da pergunta levada a referendo.
Votar é um direito, só possivel se for primeiro do que tudo um dever.

sábado, fevereiro 10, 2007

When love and death embrace



HIM
When Love and Death Embrace
Ele, pra ele e dele. Só assim.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Dois ó!


Ah grandes miúdos e graúdos! Uma noite de bom futebol e desportivismo que me agradou bastante. Dois ó!
Mas para ser tudo mesmo, mesmo... mas mesmo bom era ver o Diego a jogar por Portugal. Isso então era a perfeição. Quem sabe um dia. Por agora, gostei do que vi.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Grande reportagem

Há um jornalista da SIC que gosto particularmente. É ele Pedro Coelho. O gostar a que me refiro, retrata-se na maneira como manuseia cada palavra e a faz convergir para um discurso que aprecio bastante.
No passado domingo, tive ocasião de ver a reportagem, da sua autoria, intitulada de “Rosa Brava”. De facto, é uma grande reportagem.

Aqui

domingo, fevereiro 04, 2007

Assim... oficialmente virulenta


Em dezanove anos de existência, nunca tinha ido ao hospital por causa de uma gripe, nem sequer por causa de nada. À excepção de umas esporádicas cólicas de pré-adolescente. Contudo, aconteceu esta madrugada estrear-me nessas andanças.
Ah e tal, o que tu tens é uma brutal gripe, com direito a garganta inflamada e quarenta graus de febre. Foram mais ou menos estas as palavras do senhor doutor, ditas com nítida expressão facial e olhar ameaçador, de quem estava a passar pelas brasas e eu fui indecentemente interromper. Se não fosse ser má educação, acho que tinha ouvido das boas. Valha-me a educação, então. Adiante. Pensava eu que o vírus não queria nada comigo porque, na verdade, nunca tivemos grande afinidade, mas este ano o tipo deve ter mudado de ideias.
O senhor do estetoscópio, que por acaso até era o meu médico de família, lá me mandou fazer respirações ritmadas intensas, tirar a língua numa direcção pouca definida para um farol ser projectado na minha cavidade bocal. O homem parecia aqueles guardas nocturnos que rebuscam não sei muito bem o quê, mas como eles também não sabem, não há crise. Bom, depois lá conclui que sim senhor era caso para receitar antibiótico, xarope e Aspegic. Pois claro, qual mel e xarope de cenoura. Quem não quiser ter o título de virulenta, tem de atacar o “bicho” com toda a artilharia possível.
Agora com este arsenal de medicamentos, algum me há-de fazer efeito. Pelo menos assim espero. Se não, dias difíceis se afiguram e é capaz de ser chatinho! Mas como há sempre um lado positivo da questão, amanhã faço gazeta à escola. Aliás, vai ser a primeira vez na vida que vou faltar à escola por estar doente. Não sou muito disso, mas lá calhou.
De facto, há estreias para tudo.