sexta-feira, janeiro 25, 2008

Esguia

Gosto de me aninhar no colo na minha avó, como se ainda tivesse cinco anos e um mundo inteiro por descobrir. Tocar-lhe nas mãos, consertar-lhe o chapéu. Era exactamente isso que lhe fazia quando ainda era criança e aprendia, aos poucos, a andar. A segurar-me em mim. A suster qualquer coisa que hoje me escapa e que os crescidos chamam de inocência. A imaginação, essa, percorria, passo a passo, os trilhos das histórias que me encantavam.
Não sei se ainda sei correr assim, sorrir assim, abraçar assim; aproveitando o, assim, em cada segundo tão banal. Mas sei que os olhos incessantes e aquelas mãos esguias ainda ali estão. Até quando não sei, mas se soubesse respiraria em contra relógio.

domingo, janeiro 20, 2008

2+2?



É que esta imagem cai que nem ginja hoje!

Braços a seco

"Como viver? Não há outra pergunta séria.
Um velho com o braço direito partido,
folheia o jornal com a mão esquerda.
Penso: assim seria mais fácil.
O corpo a decidir por nós.
Olho para mim: os dois braços intactos.
Que fazer?"

Gonçalo Tavares

Aqui

sábado, janeiro 19, 2008

Eu vi. Vi sim senhor!




Ora portanto, arrastada por um amigo lá fui eu ao cinema. Pensava eu que, Call Girl, estaria reservado naquela sala inteiramente só para nós. Acontece que o tiro saiu pela culatra e a sala estava cheia, para meu espanto e mais de uns quantos.
À boa maneira dos filmes portugueses, ou do estereótipo que tenho deles, pensei que fossem umas horitas de fazer comichão ao dorso, em que só me valessem as pipocas. Mais uma vez, enganei-me. Mas muito.
O filme dispensa apresentações depois de tanto alarido. Tenho a dizer que gostei. E muito. Bem concebido, com uma história por detrás do “pinocanço” à Zé-povinho, acompanhado de personagens à altura, assim creio.
Ilucida, às claras, até onde o dinheiro pode arrematar a honestidade e colocá-la à deriva da promiscuidade da paixão, ou de uma espécie. Mostra, ainda, que ou se opta por amar ou por ir "amando", sendo que em ambas as opções, o ciúme é, vertiginosamente, cego!
Simpatizei com o sarcasmo arrematador de Ivo Canelas, impecavelmente no ponto.
Apraz-me dizer que, de facto, o que é Nacional ainda é bom.
Aconselho!
Amén!

Frase a reter:"Que mania de superioridade a dos homens, só porque têm uma pila e sabem mexer bem na merda de um macaco!"

domingo, janeiro 13, 2008

Fica no ouvido!



Samim - Heater


'Tá catita, sim sr! Coelho às pintas, tenho de provar...

sábado, janeiro 12, 2008

Roubar é pecado?




P.s: Onde andas?!


Local do crime: aqui

E se...

Há teorias e teorias.
Uma delas, cá entre nós, é que um namorado deveria ser como uma máquina de tabaco: cada vez que alguém quisesse meter moeda ou aproximar-se num raio de acção duvidoso, tinha de pedir primeiro para carregarmos no botãozinho.

Isto, aliado ao facto de a manutenção ficar por nossa conta; traria o paraíso.

Pois...era isso,era!

sexta-feira, janeiro 11, 2008

domingo, janeiro 06, 2008

E esta,hein?

Ontem, vou eu toda lampeira a entrar numa discoteca, quando o porteiro, muito altivo e com azedume, me pergunta:

_Oh menina,quantos anos tem?

_Ah,parece que são vinte!

Ficou com cara de pouco convencido, mas lá me deixou prosseguir a marcha.
Enfim, às vezes até sabe bem passar por pita. Digamos que faz festinhas no ego!

sábado, janeiro 05, 2008

Assim.

"Quando um coração se fecha, faz muito mais barulho que uma porta!"

António Lobo Antunes

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Dr.House!

Elenco brutalíssimo:




Jennifer Morrison (Cameron)




Robert Sean Leonard (wilson)




Omar Epps (Foreman)




Lisa Edelstein (Cuddy)




Jesse Spencer (Chase)




Hugh Larie (House)




Há coisas que me viciam. Esta série é uma delas.
Quantas e quantas vezes já me roubou o sono. Inúmeras mesmo. Mas fi-lo com todo o gosto!
Apetece-me dizer: Jesse Spencer, faz-me um filho! Mas como há que manter o nível, é melhor não. :)
House mais que um vício, uma necessidade!

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Ideias a preto e branco



Há qualquer coisa de subtil em olhar-te. Não sei se pelo facto de me escorregares entre os dedos, se só por existires a uma distância que me acalenta bem cá dentro. Assim, num cantinho em que me vejo. Consegues ver-me?
Deslizas a uma velocidade que me deixa zonza e sem vontade de ganhar tino. A sobrevoar-te, a sobrevoar-me, a sobrevoarmo-nos; talvez. É mais ou menos aqui que estou, nesta perdição entre o ter de ir e o querer ficar. A contenção desmedida nem sempre é má, se ultrapassar o desejo. Esse, que tantas vezes se confunde com medo e a cobardia, que também coexistem entre si. Mas um cobarde esconde-se atrás de alguma coisa. E, quando pode, atrás de si mesmo. Até quando não tem espaço dentro ou fora de si para tal. Às vezes o esconderijo falha, mas só ele lá encontra guarida.
Quando não se tem mais nada a perder, porque para perder é preciso ter ganho primeiro, também se perde. E muito. Nem que seja pelo facto de ainda não se ter ganho e provavelmente nunca se vir a ganhar. Perde-se porque se deixa de ter, e tendo a perdição faz uma moça imensa.
Fazes-me lembrar um miúdo que tenta atraiçoar o medo, assobiando. Imagina a mãe no final da escuridão, pronta a dar-lhe a mão sem hesitar. Fá-lo porque sabe é preciso enganar a mente para depois a distrair. A confiança, essa, é ganha quando a distracção é mais que um entretém, é uma necessidade. Como comer, ou beber água. Não, espera. Essas são físicas e as que falo há muito que deixaram de o ser.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Mete medo entrevistá-lo!"



Para falar também é preciso genialidade. Como esta!

Tardiamente

Ouvir é fácil. Ou nem tanto, às vezes. Para ouvir basta, pouco mais, que acenar a um consenso furtado a um qualquer pedaço. Às vezes, só às vezes, ouvir exige pouco.
Outras, faz-nos um rasgo na carne do tamanho do umbigo da insanidade. Pode faltar inspiração para quase tudo. Pode faltar vontade de ir. Mas parar de ouvir, meu deus, é parar de existir. É só subsistir.