domingo, abril 25, 2010

25 de Abril


Hoje & sempre - Liberdade

sábado, abril 24, 2010

Ser estudante é mais do que estudar

Nestes dias, à conversa com um amigo, ele disse-me que as semanas académicas, era o que de mais havia parecido com uma grande guerra. Não posso estar mais de acordo.
Não há feridos nas trincheiras, nem amputações na hora. Mas há um desgoverno imenso. Viramos do avesso a carteira, os horários, o ritmo. Passa-se a viver em função da noite e do álcool, com mais ou menos intensidade, com mais ou menos vontade e entrega.
Isto é fazer uso de uma das frentes de ser aluno Universitário. Há coisas que não vêm nos livros, nem poderiam. Trajar é uma delas. Patrulhamos as ruelas, de capa ou ombro, umas vezes a derreter debaixo de um sol impiedoso, outras a tremer de frio e encharcados até às orelhas, ou, ainda, com os pés a pedirem clemência a uns saltos desconfortáveis.
Dizem que somos estudantes. Eu diria que, mais do que aprendizes de futuros profissionais, aprendemos, sobretudo, a viver. É aqui que se acaba por cortar o cordão umbilical com os pais. É aqui que se aprende a ser qualquer coisa de diferente. É aqui que se ama, se chora, se ri, se brinca, se estuda. Baloiça-se entre o estudo, a vida e o orçamento. Acabamos por mudar, quer seja de uma ou de outra maneira. Voluntária ou involuntariamente.
E, nessa forma de mudar, acredito que o balanço possa ser muito mais do que uma mera lincenciatura. Assim o queiramos. Não se pode sair a mesma pessoa que entrou, nem se pode ser o mesmo caloiro outra vez. Não levamos na algibeira os mesmos medos, os mesmos olhares, a mesma bagagem.
É-se, muito para além dos livros. Sobretudo, pelas experiências que se acumulamos. Únicas, irrepetíveis e saudosas.

sexta-feira, abril 23, 2010

Verbos

Gostar de alguém deveria aparecer no dicionário como sinónimo de complicadíssimo. Falha, imperdoável desses senhores da literatura. Gostar é um verbo demasiado pequeno para a imensidão que encerra. Há muito para além das seis letras. Há pessoas por detrás dele. Há histórias. Há vidas. Há tanta, mas tanta coisa.
É um verbo com duas caras. A de oito e a de oitenta. A de oito nos sorrisos, nas entregas, no estar por inteiro. A de oitenta nas lágrimas, nos sufocos, nas desilusões. Invariavelmente, faz-se acompanhar por um amigo, aquele que os crescidos aprenderam a chamar de magoar.

sexta-feira, abril 09, 2010

Primores

"Somos o avesso um do outro. Quando duvidas, paras, e eu sigo em frente. Quando tens medo, eu tenho vontade; quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade, quando te entristeces, fechas-te numa concha e eu choro para o mundo; quando não sabes o que queres, esperas e eu escolho; quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir.
Somos o avesso um do outro: iguais por fora, o contrário por dentro. Tu proteges-me, acalmas-me, ouves-me e ajudas-me a parar. Eu puxo por ti, sacudo-te e ajudo-te a avançar. Como duas metades teimosas, vivemos de costas voltadas um para o outro, eu sempre à espera que tu te vires e me abraces, e tu sempre à espera que a vida te traga um sinal, te aponte um caminho e escolha por ti o que não és capaz."
Margarida Rebelo Pinto