terça-feira, janeiro 26, 2010

Preferências

Costuma passar na Rádio Comercial. Ficou-me no ouvido.

sábado, janeiro 23, 2010

Coisas que nunca percebi

Por que carga de água os colchões têm aquele dístico a dizer Inverno e do lado oposto Verão?! É que, ou eu sou muito distraída, ou para mim isto é rigorosamente igual.
Assim de repente, a coisa deve seguir a mesma lógica do frango assado: ir virando para não "esturrar".

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Viagens

Depois de lhe contar uma história, ela adormeceu. Então, Maria, ficou a olhá-la. Francesca era de facto, uma menina muito bonita. Ela sabia disso. Tinha cinco anos. Um cabelo loiro e uns canudos que lhe cobriam os ombros esguios e que encontravam sempre guarida atrás da sua mãe, nas mais diversas situações. Os olhos eram castanhos cor de mel. Meio rasgados, como duas amêndoas. Possuía um rosto sublime, fazendo lembrar a inocência em estado puro. Mas, sobretudo, tinha um sorriso que trazia à mistura a genialidade de uma criança e uma imensa vontade de se tornar numa mulher.
Agarrou-lhe a mão, levemente. Era demasiado pequenina. Os contornos estavam ainda pouco definidos. As unhas começavam agora a exibir os primeiros tons de um verniz, roubado e posto à pressa, para não deixar marca. Maria olhou, então, a mesa de cabeceira e reconheceu de imediato o seu verniz. Estava destapado e tinha deixado um pingo na mesa. Como se houvesse necessidade de fazer notar a sua presença. Francesca, sabia que a mãe o adorava, talvez porque encaixasse, na plenitude, com os tons primaveris daqueles dias. Maria, deu consigo a rir ao de leve, pensando que a sua menina começara a crescer. Eram estes os primeiros traços da marca feminina que Francesca tão bem gostava de exibir.
Já escovava os dentes sozinha, escolhia afincadamente a roupa que levava para a escola e usava perfumes escolhidos a dedo. Assaltou-lhe, então, naquele instante, a imagem da manhã em que o marido acordara Francesca para a levar à escola e ela lhe comunicou, com orgulho desmedido, como se fosse a informação mais importante da sua vida.
- Papá, papá... olha, hoje não fiz xixi na cama. Estou uma mulherzinha. As minhas amigas vão ficar cheias de inveja! Matteo, congratulou-a com um beijinho que a fez corar e disse – Que linda menina a minha. Até o pai está com inveja!
Nisto, chegou a mãe e desceram para o pequeno-almoço.
Eram já onze e meia quando Maria desligou a luz e lhe largou a mão. Fê-lo de forma suave. Mais do que as carícias de um vestido de veludo. Francesca, que sentira o gesto, abriu os olhos meia sonolenta, sussurrando à mãe.
– Estava a sonhar com as estrelas, mamã. São imensas, quase que as contei todas. Ufa, que estafa. Um dia roubas-me uma?
A mãe piscou-lhe o olho, acalentou-lhe o rosto e desligou a luz. Agora percebia o que era amar alguém incondicionalmente. Sem porquês, nem promessas. E conclui que, eram estas coisas que valiam mesmo, mesmo a pena.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Primeira vez

Foi hoje. Alguns já estão a pensar outras coisinhas. Passo a explicar. Ora, vinha eu a conduzir descansadamente depois de ter passado o dia às compras com a minha mãe, quando veio à baila um assunto chamado: cortinados. Conversas de gaja, portanto. Eu vinha-lhe a explicar, solenemente e com um travo a pura ironia que ela tão bem me conhece, que há coisas que têm de evoluir. Ora, eis senão quando, de repente, os ditos senhores do colete característico, me fazem sinal para parar.
Surpreendida e perante o sobressalto da minha mãe, lá abri o vidro.
- Boa tarde menina, tem carta? Disse o tipo com um sorriso sarcástico.
- Assim de repente, se calhar até tenho. Respondi eu, prontamente.
Depois inspeccionou o seguro, o livrete, o colete reflector e todo o arsenal de coisinhas que constituem as ditas burocracias. O sr. agente, fez tudo isto de maneira fugaz. Era nítida a pressa que tinha em me despachar. Vontade essa que coincidia na plenitude com o meu desejo de me pisgar dali. Assim sendo, para não nos alongarmos mais, despediu-se com pompa e circunstância como manda a lei. Ela manda e eu agradeço. E fui embora.
Ah, para dar jus ao título do post, foi a primeira vez que me mandaram parar. Até correu benzinho! ;)

terça-feira, janeiro 19, 2010

Dias longos

Despedir-me de alguém, sempre foi uma coisa que me ultrapassa. Deixa-me, invariavelmente, com aquele friozinho na barriga. Quando se sabe que não é um até já, será, porventura, um até um dia; a tarefa fica ainda mais complicada de levar a cabo.
Hoje é um dia destes. Não me lembrava, desde os tempos de criança, de dar um beijinho a alguém que estava a partir. Acaba por gelar tudo em nós, a começar pelos lábios. É um beijo frio, contrariamente àquilo a que nos habituámos.
Depois do arrepio, fica a imagem da pessoa. Mais do que isso, ficam muitos momentos que julgámos já esquecidos. Alguém já chamou a isso de memórias. Não sei se o são, de facto. Sei que são elas que nos prendem às coisas. Aos lugares. Aos dias. Às horas. Mas, sobretudo, são elas que me levam a ti.
Obrigada e até sempre.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Excertos

"Não há nada mais importante do que investir no nosso coração. E no coração daqueles que amamos, ainda que nem sempre o mereçam. Quem não investe no coração, pode ganhar muito na vida, mas não ganha o amor nem a generosidade alheia. Investir no coração é investir na continuidade e na continuação da nossa vida; é como ter filhos e investir neles, ficamos um passo mais perto da eternidade.?
«É preciso acreditar como da primeira vez, é preciso confiar, é preciso pensar que a tal pessoa certa para nós existe mesmo e que todos podemos ter sorte na vida.»
«O sexo é como o universo: infinito, misterioso e eterno.»
«A monogamia não é uma escolha, é uma vocação.»
Margarida Rebelo Pinto in "Onde reside o amor"

sábado, janeiro 02, 2010

2009

Coisinhas que se aprendem:

- Sorrir continua a ser o melhor remédio;
- Há Verões que não voltam;
- A genuinidade acaba, sempre, por fazer a diferença;
- Há concertos que são, de facto, a oitava maravilha;
- Para os crentes ou ateus há verdades que nunca mudam: os homens e a sua imperfeição;
- Dos 8 aos 80 os mimos assentam sempre bem;
- Ter uns Kg diferentes do protótipo não é o fim do mundo;
- Os trambolhões não são desculpa para as pessoas desistirem;
- Sabe bem ter o que não é directamente oferecido;
- As palavras são das minhas melhores amigas;
- Gosto de chocolate. Ainda mais;
- Viver também é um estado de alma;
- Aquecer-me com o Sol e a brisa do final do dia, numa bicicleta por aí; é mesmo...mesmo bom;
- A paciência compensa;
- Sou fã de vestidos;
- Gosto do que pensava ser "um tanto faz";
- Toda a gente tem medos para além do seu umbigo;
- A chuva também deveria lavar as pessoas. Algumas, que fosse.

Como diria a Sic: Nós por cá...