sexta-feira, novembro 14, 2008

Parabéns

Reparo que, hoje, a minha avó tem as mãos especialmente ásperas. Não sei se por o corpo lhe adivinhar que faz oitenta e sete anos e reclamar descanso, se por lhe doer tudo e ter a alma, às vezes, perdida na anestesia de si.
Passou o dia soalheiro a espreitar para a rua, talvez, à espera de um pingo de eternidade que a prenda à vida. As recordações, devem fugir-lhe para dar lugar às queixas. Mas não se cansa de viver, e isso eu pude aprender com ela.
Parabéns avó.
Um beijo, daqueles que te dava com cinco anos. Lembraste?;)

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