sexta-feira, maio 16, 2008

Coisas de gente crescida (ou quase).

Ontem, armada em gente crescida, lá fui à minha primeira aulinha de código. Mundo novo, coisas novas, caras novas. Enfim, tudo coisas que fazem festinhas ao ego. Ou pelo menos, quase.
Sentei-me, muito calmamente, enquanto o instrutor fumava o seu cigarrinho na recepção (ainda não deve estar a par da nova lei do tabaco, coitadinho do senhor!). Meia hora depois da hora prevista, lá veio ele. Meio despenteado (por ventura não esteve só a fumar. Mas isso são só pormenores), com a barba por fazer e afigurando um pórtico que, numa inspecção rápida do meu olhar de lince, deve ter feito suar algumas meninas durante a juventude.
Sentou-se, então, na cadeira. Pôs a mão ao bolso, como quem tem o mundo inteiro pela frente, olhou para mim e disse:
_A menina é nova aqui, o que está cá a fazer?!
Fiquei parada a olhar para ele, buscando um sorriso para a piada seca que me acabava de entrar a mil nos ouvidos e respondi:
_Bom, na verdade, é so para ver os olhos bonitos dos meninos.
Depois da debandada geral, lá começou, efectivamente, a aula. O dito senhor deve ter engraçado com a minha cara e recambiou para a cadeira ao lado da minha, um puto de dezassete anos. O figurino tratou logo de mandar comentários para parecer uma coisa que, de facto não é: bonito. O Cinquenta (como lhe chama o instrutor, devido à idade e de ainda só poder tirar licença para motociclos de 50cc), tagarelou como gente grande. A minha sorte, é que o relógio foi meu amigo e apontou para as 19h. Pelo que, muito solemente, pus o caderninho na mala e fui à minha vidinha.
Agora é aguardar pelas cenas do próximo episódio, e rezar para que o Cinquenta tenha escolhido um horário diferente do meu. A sério, até nem é pedir muito.

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