sábado, novembro 12, 2005

E tu o que queres ser quando fores grande???

No célebre tempo, de certo muito nostálgico, em que frequentamos o infantário, possuímos uma visão perfeita daquilo que é a vida. De manhã, bem cedinho levantamo-nos com uma ideia no pensamento: “yupi mais um dia para brincar”, e a alegria invade-nos quando a vida se cinge a comer, dormir e brincar. Porém, dia após dia, vamos tomando a noção de que os nossos pais trabalham, e é daí que vem, afinal, o dinheirinho para adquirimos os nossos caprichos. No fundo, vamos tomando consciência que no amanhã, teremos de ser nós a ter esse tal dinheirinho, e que para tal teremos de estudar.
Vamos ouvindo cíclica e inevitavelmente o “ e tu o que queres ser quando fores grande?”, ao que respondemos efusivamente com o optimismo das nossas primeiras projecções. No entanto, passada a etapa da escola primária, a música é outra, desfazemo-nos do núcleo de amigos, do conjunto de hábitos, das caras conhecidas, da vida fácil; tudo em nome de estudar. Fazemos novos amigos, outros hábitos, outras caras conhecidas nos surgem, mas o estudo, é para ele que direccionamos toda a nova rotina. Vamos apreendendo novos conhecimentos, novos desafios; vamos estudando. Passamos provas consecutivas, que nos dão alento, ou nos oferecem amargos dissabores.
Eis que surge a prova derradeira para a iniciação de um futuro, chega a altura da transição do 9º ano para o 10º, e seria mais um singelo ano escolar, a não ser por uma peculiaridade: a área pela qual iremos prosseguir a vida, a carreira e mais uma vez o estudo. Vemo-nos a preencher um tal boletim, que nos dará acesso a uma nova fase. Aqui está a nossa primeira grande opção, que é verdadeiramente difícil, e por vezes é muito frustrante verificar-se que após anos de sacrifico, estamos numa área com a qual nos identificamos pouco. Outras vezes, aquilo que aspirámos ser em crianças, está agora a um paço de se tornar deveras uma opção de vida.
Os jovens começam assim a trilhar um caminho, no qual irão ampliar a sua vida profissional e até emotiva, estando cientes que desenvolverão capacidades profissionais à altura de seus cargos. As opções de estudo são inúmeras, mas ainda assim existem muitos jovens que não se identificam com nenhuma delas. Muitos sonhos, planos, que preencheram e deram cor a uma infância, não são mais que vagas memórias de uma vida inconcretizada. Outros há, que prosseguem estudos rumo á faculdade, por vezes não exactamente naquilo que desejam pois a média não lhes permite, mas num curso que esperam dar-lhe não só o pão de cada dia, como também, representar o suor, esforço e dedicação de tantos anos. Existem ainda outros que, conseguem entrar no curso que por diversas razões aspiraram. Bem-haja!
Destas maneiras, ou de outras, a verdade é que todos eles tiveram sonhos de menino, que uns vêem realizados e outros não. Mas parece-me que isso pouco importa, porque aquilo que realmente é relevante é fazermos da vida não aquilo que ela fez de nós, mas aquilo que fizemos dela. É importante fazer-se o que se gosta, e não o que querem que façamos e portanto a estudar ou não, o que interessa é sermos seres o mais realizados possíveis.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem, não há muito mais a acrescentar, só espero ser um desses que olha pra trás e vê que fez aquilo que queria fazer e que gosta de o fazer.
Quando ao blog... não foi má ideia, não tou lá com muita vontade de tar sempre a escrever estes textozinhos mas pronto, expressas-te bem e tal, mas talvez te falte um pouco mais de emoção nisto, tá muito técnico rapariga =p va bjs