sexta-feira, março 31, 2006

Momentos...

Hoje não venho dissertar acerca de assunto algum, até porque vim escrever este post clandestinamente. Sim, porque supostamente vou embarcar na aventura, daqui a poucas horas. Digo, supostamente pois ainda não fiz as malas e, em vez de as estar a fazer, estou aqui. Hoje, toda a gente falava no que já tinha posto nas malas, mas eu à boa portuguesa deixei tudo para a última da hora, como não poderia deixar de ser!
Enfim… A viagem de finalistas chegou! Talvez mais rápido do que eu esperava, mas está aí! É já daqui a escassas horas! Por isso não estranhem a minha ausência, ou melhor, a falta dos meus posts. Prometo que quando regressar, volto à carga. Possivelmente com novidades fresquinhas, ou então não. De qualquer maneira, vai ser uma experiência no mínimo diferente: liberdade, distinta daquela que se têm aqui. Nem que seja pela simples ausência dos pais, dos horários, as peculiares regras, de algumas pessoas... Não é que tudo isto seja uma forte condicionante, mas é sempre diferente. Como manda a tradição, Lloret del Mar espera incessantemente por ilustres figurinos que obviamente só podem ser estes lusos e lustres jovens. Independentemente da impressão que vou ficar da cidade, uma coisa eu sei: vai ser inesquecível quer seja pelos bons ou maus momentos.
Infelizmente a mala não se enche sozinha. Portanto, tenho de pôr mãos à obra (nem quero olhar para o monte de tralha que lá vou meter, coisas tipicamente femininas, não há hipótese!).
Até ao meu regresso, cumprimentos saudosos*
P.s: Benfica: é claro que vou acompanhar a segunda mão da eliminatória. Força Glorioso!!!
P.s.s: Vou testar a teoria dos espanhóis fenotipicamente apetecíveis, perante a qual o que NÃO é nacional é Booom… Veremos…! ;)

domingo, março 26, 2006

Mito do fim

Fim. Mas que fim? Fim do quê?
Não sei, não faço ideia. Dizemos que é o fim quando qualquer coisa acaba. È caricato, pois nem nós mesmos temos essa percepção, mas dizemos que findou.
Bem ou mal, qualquer pessoa tem um fim delimitado por si mesmo. Bem ou mal, todos sabemos exactamente que fim quereríamos. Sobretudo, bem ou mal, antes de qualquer fim há sempre um começo, nem que seja um pseudo começo. Nascemos com um tempo restringido, em que cada um dá tempo ao seu tempo. Lutamos como verdadeiros guerreiros, no fundo para prolongar o tempo do fim. Mas esse tempo é ingrato (parece descabido chamar ingrato a uma coisa sem matéria, o que não o deixa de ser…). Somos nós que fazemos o nosso tempo, dando-lhe uma vida própria imbuída por um Eu muito particular: o nosso Eu.
O nosso tempo de antena, não é mais do que a relação que estabelecemos entre o outrora, o ontem e o agora. O amanhã virá por arrastamento. Muitas vezes, nem sequer há relação a estabelecer e, se a há, é forçada. Passamos uma Vida a fazer planos, a tentar prever o amanhã e quando finalmente o amanhã chega, perde o encanto pura e simplesmente porque foi friamente delineado.
A essência não tem fim, porque o fim não tem que ser a impossibilidade de passar à fase seguinte. O fim é o fim e ponto final ou o fim está para além de qualquer coisa que possamos imaginar? Complicado retorquir, complicado congeminar. Sim, complicado. Por agora, jamais para sempre. Fita o horizonte e respira… Depois vai. Para onde não interessa, o que importa é ir e não voltar. Adeus? Não… claro que não! Apenas até depois.

sexta-feira, março 24, 2006

Manda quem pode. Obedece quem deve

Diz a ciência que o estado de coma permanente pode ser causado por uma lesão ao nível do sistema reticular activante (SRA), que está localizado numa parte do encéfalo (cérebro) designada de mesencéfalo. É a área central deste e, curiosamente, apenas possui o referido órgão. O estado vegetativo é uma espécie de sono profundo, do qual a pessoa não consegue sair. Contudo, conserva algumas sensações. Ao contrário do que se pensa usualmente esta está consciente, embora não consiga falar, tem percepção do que estamos a dizer.
É indescritível o que se sente quando se vê alguém prostrado nestas condições, dependendo inteiramente de uma máquina criada para sustentar um fio de vida. Mas magoa. Magoa porque se somos tão geniais ao ponto de inventar uma maquinaria deste tipo, somos igualmente inábeis para transcender os nossos limites, quando de trata da Vida. Por muito que evoluamos, parece que neste aspecto nunca teremos a palavra final. Somos puramente poeira, de um sítio de que nunca ninguém soube bem o que é, era e será… Dizem que o que não mata cura. Porém, ver uma pessoa nestes términos é tudo menos cura e, se cura, dói mais do que a própria ferida.
Sou uma resmungona inata, por coisas banais mas que me dão alento. As minhas lamechices quando comparadas com isto, não são rigorosamente NADA. Mas uma coisa é certa: se cada ser tivesse um contacto para além da sua mesquinha realidade, uma simples dor de barriga seria mais banal do que beber um copo de água. Minhas meninas se partir uma unha é um drama, voltem a ponderar tudo o que vos ensinaram até hoje!

segunda-feira, março 20, 2006

Será?

Porquê?! Porque é que as coisas têm de ser tão complicadas? Bem, provavelmente até nem são. Não sei. Mas também pouco importa. As pessoas têm a mania de negar as evidências e depois ficam sentidas quando estas se esfumam como nevoeiro. Haveria muito mais a dizer. Há sempre mais a dizer e sobretudo há sempre muito mais que fica por ser dito, por inibição ou não, mas a verdade é que fica. Essas palavras acabam por fazer falta, terrivelmente falta. O que interessa se foram arquitectadas? O que importa é que não foram proferidas. As coisas valem o que são, não o que foram na sua concepção, ou que poderiam ter sido.
As grandes obras são valorizadas porque foram lançadas para a humanidade, enquanto que se ficassem em fase de rascunho, não seriam mais do que meras utopias… como muita coisa na vida, ou então não… ;)

sábado, março 18, 2006

Mentes da treta




Esta madrugada a propósito de uma conversa informal, fiquei incrédula perante tanto conservadorismo. Falava-se de que era incorrecto, uma mulher mostrar o seu namorado se este não fosse um compromisso sério, e que era igualmente impensável, ela não chegar virgem ao casamento. Mas isto só se aplicava no sexo feminino. Por momentos, pensei estar a falar com a minha avó. Mas não. Estava a ter aquela conversa com um conhecido que tem quarenta anos. Dizia-me ele “ Hás-de concordar comigo que nunca é o rapaz que chega com o bucho cheio a casa”. A expressão é tão corriqueira e desagradável que a minha reacção foi rir da idiotice. Esta ideia de que a mulher tem de ter sérias “rédeas”, com uma liberdade claramente oprimida pelo simples facto de ser ela a engravidar, deixa-me atónita. O que é ainda mais ridículo é que eu estava a ouvir aquilo de uma pessoa, supostamente, crescida.
Hoje em dia, custa-me a aceitar que os pais queiram impor estes valores, felizmente ultrapassados, aos filhos e em especial às filhas. Uma educação digna, não se pode basear em opressões a este nível, pois as coisas impingidas à força não dão bom resultado. Uma rapariga é tão digna de sair e se divertir como qualquer rapaz. É verdade que juízo com peso, conta e medida nunca fez mal a ninguém. Agora, não é por se ser menina que se deve ser imaculada, como uma espécie de freira e, não me estou a referir à sua virgindade, mas sim a uma normalíssima vida de adolescente.
Na minha opinião, uma aprendizagem útil não resulta de pressões mas de ponderações flexíveis. Mas quem não concordar, faça favor de se expressar.

terça-feira, março 14, 2006

Dedico a ti, porque as palavras não são razão aparente, mas a verdadeira aparência daquilo que expressam
***
Descortinando o ambiente convidativo daquela tarde, ela resolveu sair. Era Verão, por isso, vestia um vestido confortável de cor garrida, que espelhava na perfeição o seu espírito. O fim da tarde estava próximo e como tal resolveu levar consigo um casaco de malha, para a eventualidade de uma súbita aragem a confrontar. Desceu o elevador tentando, em vão, organizar o reboliço de objectos que ia na sua mala, acabando por desistir de o fazer quando finalmente encontrou os óculos de sol. Coloco-os por fim no rosto, que subitamente corou num encontro de olhares onde os óculos foram a camuflagem perfeita para esconder a sua timidez.
Era um confronto quase mítico. Parecia que um desconhecido a tinha prontamente despido. Não que é lhe tivesse arrancado o que quer que fosse, ou talvez sim. Talvez lhe tivesse sugado naquele momento uma intimidade impensável. Sentiu necessidade de concertar a veste e de colocar o casaco, para repor o seu Eu. Agora o casaco era inabdicável. Levando as mãos ao cabelo, toco-lhe tentando perceber a razão pela qual estas suavam tanto. Respirou fundo, convencendo-se de que aquela inquietude era um perfeito disparate. Então, olhou em frente. Naquele entretanto, o sol aloirava-lhe ainda mais um rosto que divagava num instante furiosamente perdido. Sentiu-se uma adolescente esguia, depois de um arrepio paralisante. Ordenou inconscientemente para que os seus pés fossem mais velozes que o vento, que lhe fazia uma frente audaz. Mas eles teimavam, pareciam querer imortalizar alguma coisa, uma coisa paradoxalmente indelével e intemporal.
Prendendo o seu olhar num cão que, era tudo menos feroz, deu por si a equiparar-se com a trela daquele animal. Tal como aquele objecto havia algo em si que a fazia tomar uma direcção unilateral, como que previamente comandada por algo. No seu íntimo, achava-se uma tremenda idiota por acreditar em casualidades. Mas por casualidade ou não, aquele momento mudou algo em si. O quê, isso era indescritível.

quarta-feira, março 08, 2006

Primor feminino: desígnio da perfeição

Porquê completas? Bem, por várias razões meus senhores.
Mas, não se iludam minhas senhoras que se deixam esbanjar num ciclo masculino de perfeito nojo. Tenham orgulho na unicidade que são. Homens não olhem só para vós, aprendam a amar a sensibilidade de uma mulher. E depois? Depois, façam-na feliz. Não a reduzam a um dia, mas a uma vida. Quando conseguiram perceber a verdadeira essência de uma mulher, então aí sim: Considerem-se Homens!
A singularidade feminina não está só presente por hoje ser dia internacional da mulher e, por isso, aqui ficam algumas razões para o dia da mulher serem todos!
Ser mulher é…

1. Ser invejada
2. Diferente
3. Especial
4. Única
5. Majestosa
6. Símbolo de perfeição
7. Admirável
8. Encantadora
9. Notável
10. Indescritível
11. Arrebatadora
12. Assumir o direito ao choro, e a raiva de ter lágrima fácil.
13. A coragem de lutar por um sonho e a decepção da descoberta da realidade
14. Ter esperança onde há desespero
15. Lutar pelos seus direitos
16. Viver para hoje e agora
17. Existir para deixar um mundo diferente
18. Ler nas entrelinhas
19. Ver para além do que há em cada coisa
20. Dramatizar quando é preciso
21. Ser egoísta quando mais ninguém tem a coragem de o ser

Enfim… ser mulher é ser grande todos os dias.

quarta-feira, março 01, 2006


Errar é mau?! Não creio. O que é mau é não admitir os erros. É deixar para depois um pedido de desculpas, é ser-se para amanhã na eminência de o ser hoje e agora. Toda a gente erra, toda a gente tem momentos que se arrepende futuramente. Mas aquilo que nem toda a gente tem é a capacidade de se prostrar perante isso. Frustrante e ridículo não é errar, é fazer de isso uma tortura, é magoar os outros gratuitamente e depois andar aí com cara delambida.
As desculpas existem para ser o remendo daquilo que se faz de forma impulsiva e muitas vezes feroz. Devia existir uma espécie de boletim que carimbasse as pessoas perante a sua capacidade de se redimir. Talvez assim, o mundo fosse melhor… Não compreendo as pessoas com orgulho doentio, que embora sabendo que não agiram da melhor maneira, são incapazes de dar o braço a torcer. Caramba!!!
Quando somos crianças, possuímos honestidade e frontalidade, aleada a uma deliciosa dose de ingenuidade. Estas características deveriam ser eternamente conservadas à medida que vamos crescendo. Mas não. Aquilo que resta em algumas pessoas é uma frieza incalculável, é uma distância que faz delas uma presença dispensável.
Se as pessoas não errarem uma, duas, três… vezes, nunca vão poder aprender a fazer de novo, a reconstruir. Existem as pessoas que fazem falta e aquelas que passam indiferentes ao mundo e a elas mesmo. As primeiras são aquelas que nos fazem apreciar os erros, porque graças a elas o mundo vai evoluindo e errando de forma saudável. São elas que fazem isto valer a pena, pois a sua essência é indescritível. Quanto às segundas, não deve haver uma penúria maior do que passar por cá de forma indiferente a nós mesmos. Por isso, acham-se no direito de agredir tudo e todos à sua volta, por questões idiotas. Como se isso não bastasse o mais grave é que possuem uma arrogância perturbante, onde a palavra desculpa, está interdita. Qual é o mal de admitir um erro, de passar para além da sua hostilidade?!
Ai… a minha noção se gente é bem diferente. Passa por questões tão banais como a simples compartilha de uma barra de chocolate, de respeito mútuo. Se o mundo fosse habitado por um único ser, os erros e as desculpas não fariam sentido. No entanto, o outro não é apenas mais um, mas sim aquele que nos faz ver as coisas num outro prisma. Como tal, não merece um sincero pedido de desculpas?! Pois, talvez. Talvez viver seja um pouco mais do que olhar para o umbigo
. Sim, talvez...