segunda-feira, outubro 09, 2006

Aquele jantar...

Existem jantares e jantares. Noites e noites. Há noites em que os jantares são uma perdição completa. Quando os meus amigos fazem anos, não abdico de lá estar presente. Vou com o intuito de me divertir e dizer baboseiras. Faço-o de forma comedida, porque o álcool é inimigo da sanidade mental de qualquer pessoa e, sendo a festa do aniversariante, alguém tem se manter minimamente sóbrio.
Ora, quando o caso muda de figura e eu sou a aniversariante em noite de jantarada festiva, as coisas passam-se de um modo um pouco diferente. O copo enche e volta a encher, a cabeça começa a ficar tonta, as mãos não acertam com as batatas fritas do prato, o sopro é insuficiente para apagar as velas. Enfim, ao fim de um bocado o êxtase apodera-se de mim. Não sei se isto é uma forma de libertação do próprio inconsciente, daquilo que nunca mas nunca mesmo, ousei sequer pensar quanto mais dizer. As acções sem nexo começam a multiplicar-se e aí sou uma pessoa incapaz de me reconhecer.
No dia seguinte, a sensação é um pouco estranha. E a sua estranheza está precisamente no facto de voltar a ter consciência daquilo que fiz.
Esta minha noite foi diferente. Muito diferente. Diferente por ter sido inédita.
P.s: Obrigada pela paciência de Jó.

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