sábado, março 15, 2008

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Há quem tenha as cores todas e prefira só uma: o preto. A resultante de três cores primárias, que ao juntarem a sua vivacidade, escureceram. O preto mancha o papel e deixa a alma parda. Arrefece as mãos, suga o sangue e qualquer coisa de ínfimo que há cá dentro. O que a aquece é o azul de um dia solarengo, o verde da erva, o amarelo dos malmequeres.
Aqueces-me tu e a alma que tens de uma maneira que julgas ser incansável.
O sorriso das coisas banais, esse, nunca arrefece porque o frio não lhe rasga a pele nem as entranhas. Não lhe deixa frieiras, apenas se fica pelo tacto, o mesmo com que me acalentas.
Ser-se é assim, sonhar é mais que isso. Depois dizes-me adeus e eu volto a encontrar nas cores, o calor dos dias quentes.

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