terça-feira, março 25, 2008

E o papel? Qual papel?! _ versão Coimbra

Ontem andei a bater pé por Coimbra. Aparentemente, coisa normalíssima. E assim continuaria a ser, caso tratar de papelada para a universidade, que esta boa gente se designou chamar de pré-requisitos, não requeresse uma paciência de jó, interminável.
A coisa conta-se em algumas linhas. Ora, a alvorada foi às sete da manhã. Depois de muita insistência da minha mãe, lá me levantei. A mesma insistência, aliás, com que estive à espera do comboio depois de meia horinha atrasado. Coisa pouca, portanto. A sorte é que a companhia era boa, senão…Bom, adiante.
Chegada lá, e subindo aquelas ruelas todas até o fôlego começar a deixar de dar sinais vitais, lá cheguei ao cume. E rumo à dita faculdade, pedi informações dos pré-requisitos B. Ah e tal, tem que se deslocar à casa da moeda para adquirir o dito documento. Depois de uma explicação cuidada, voltei a descer o que antes tinha subido e por meio de esquinas, muitos passos, vistas, de quando em vez entusiasmantes; lá cheguei ao dito local. Fui atendida por um senhor, moço bem catita, devo dizê-lo, mas com um espasmo na cara, como se eu fosse chinesa e lhe tentasse ensinar a língua. Hã?! Modelo 1745?! Mas aqui não comercializamos nada disso. Tem de ir à secundária não sei das quantas.
Meia pirueta e saí. Para descobrir onde era a dita escola é que não foi pêra doce. Apanha o autocarro tal, vira ali, segue em frente, semáforos e bla bla bla. Está-se mesmo a ver que depois desta explicação muitíssimo útil, tive de fazer um inquérito feita tolinha na rua. O azar da coisa, é que não me apareceu nenhum jovem simpático na casa dos vinte para ser inquirido. À mão, o que havia, era uma senhora cujo sotaque não engana ninguém. Era oriunda lá do Brasil, ou de algum país por eles colonizado. Tive sorte, que a tipa até sabia onde era a escola. Depois da maratona para o outro lado da cidade, lá se avistou o edifício amarelinho e com degraus mais lambidos e desgastos que os saltos da maioria das quarentonas. Mas como é bom levar com o nariz na porta, a secretaria estava fechadíssima para almoço.
A parte boa disto, que deve ser mesmo a única, é que o edifício amarelinho é vizinho do Dolce Vita de Coimbra, e, como está mais do que visto, fui para lá alçar a perninha. Depois do belo almocinho, lá estive, com a amiga, a aprimorar o olhar pela zona. Coisa de gajas, diga-se. Para primeira vez que lá fui, deixou muito boa impressão e tenciono voltar. Na próxima, tenho é de ir ao fim-de-semana, para fazer uma digna lavagem das vistas.
Eram duas e meia e lá estava eu na secretaria do edifíciozinho dos degraus lambidos, outra vez. Ah e tal, por causa dos pré-requisitos.
- Mas quais pré-requisitos?!!! Nós aqui não tratamos de nada.
Eu juro, juro mesmo, que o meu miocárdio já dava sinais de desfalecimento depois de tanta indecência. A senhora depois de consultar os decretos que lá preenchiam um dossier, encaminhou-me para a dita DREC. Diga-se que era do outro lado da estrada, senão desconfio, seriamente, que já não estava cá para contar a história.
Na DREC, depois da personagem sebenta, peluda e asquerosa, responsável pelo departamento que me interessava, ter chegado a horas indecentes só me soube dizer: AH, o ano passsado é que tratámos disso, agora já não é aqui. Apeteceu-me mandar um murro na mesa e pôr os pontos nos i’s depois daquela palhaçada toda. Mas como não sou de perder as estribeiras, lá arranquei o número da DGES.
Concluindo, a dita declaração que me fez perder aquelas horas todas, e fazer papel de otária, nem sequer é precisa! Sim, apenas é necessário uma autodeclaração no momento da matrícula na universidade pretendida, feita pelo próprio aluno. Tanta treta para depois dar nisto. Pelo amor da santa! Oh criaturas, já ouviram falar em actualizar um site?! HMMM!!!
Estas miseráveis personagens, já iam levar num sítio começado por C e acabado em U, sim? Dass pá!

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