segunda-feira, janeiro 15, 2007

Coisas minhas

Gostava de saber sussurrar a mim mesma uma série de segredos só meus, mas às vezes parecem demasiado desmembrados para consentirem uma partilha, ainda que esta seja de mim parar mim. Crescentes agudizações dissolvem-se nos gritos mudos que não dou, nos passos contidos de uma caminhada alucinada pelo mundo ao qual me habituei.
Gostos confundidos, recantos não partilhados, insignificâncias que só a vida me conhece. Assim, só assim. Neste vagão pouco nítido, indago o meu ser com diligência. Sou um apêndice consentido no mundo e ele meu. Estamos em simbiose nos secretismos aparentemente fúteis. Torno-me eu nas noites recatadas, nos sorrisos rasgados, nas estrelas que não dependem, um só instante, de mim. De mim para mim, não há um espaço mensurável, nem uma comunicação falhada. Há intermitências escondidas, que desfolho e por vezes sei de cor.
Procuro-me e deixo que me procurem. Em mim pelo que sou, fora de mim pela dose que me administram. Gosto-me. E não sei gostar não amando a
entrega, onde não me dou por exigir estar de corpo e alma. De corpo no desejo e de alma no empenho.

2 comentários:

[nada](sei)... disse...

adorei este post.. falas de ti.. desculpa agora tenho sido apenas mais uma sombra que passa por aqui.. nada tenho dito.. Espero que tejas bem.. ah.. no post "memoria de elefante" fiquei interessado em ler o livro.. lol.. beijo

Anônimo disse...

porque à coisas q nunca partilhamos com ninguem, porque à coisas q nos incomodam, ou simplesmente porque à coisas q são tao nossas q quase deixariam de o ser se partilhace-mos... O Post esta muito Bom!!!! com aquela qualidade a que já nos Habituas-te!!!!!!
Continua assim SEMPRE!!!!!!!
UM BEIJINHO