sexta-feira, janeiro 12, 2007

Memória de elefante

Tive um professor de Psicologia que falava, por diversas vezes, acerca dos livros de António Lobo Antunes, um médico especializado em psiquiatria por pensar que era parecido com literatura - palavras do próprio - Naquelas aulas era comum ouvir elogios recorrentes a uma escrita fantástica aliada a um conhecimento invulgar.
Certo dia, veio à baila a obra “Memória de Elefante”, o seu primeiro romance, datado de 1979. O nome ficou-me na memória, longe de ser de elefante, e por cá tem andado. Acontece que hoje fui à biblioteca, e rebosquei o dito livro no meio dos ínumeros que abarrotam aquelas prateleiras. Acabei por o encontrar e trazê-lo comigo, para com ele iniciar um subterfúgio aparentemente promissor a avaliar pelas seguintes palavras existentes nas linhas primordiais:
_ Senhor Morgado, pela saúde dos seus e dos meus tomates não me lixe mais com o caralho das quotas durante um ano e diga à Sociedade de Neurologia e Psiquiatria e amanuenses do cerebelo afins que metam o meu dinheiro enroladinho e vaselinado no sítio que eles sabem, obrigadíssimos e tenho dito. Ámen.
Bom, isto foi somente a página doze. Veremos o que me espera nas outras. Mas tem pinta, diga-se.
Se qualquer pessoa proclamasse tal recanto obscuro da língua mestra de Camões, teria gratuitamente o título de mal educado e parvalhão. Mas estando isto num livro de renome, a leitura é eminentemente produtiva. Portanto, a editora lançou e a malta adere. Vou descamisar estes dizeres para ver que palavras tão notórias são estas.

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