sexta-feira, novembro 17, 2006

É preciso mudar


Hoje o meu intervalo de aulas foi tão espaçado que pensei apanhar mais uma seca, sem grande coisa para fazer. Enganei-me redondamente. Acabei por ir assistir a meio da manhã, por arrastamento confesso, a uma palestra sobre água e biodiversidade.
Comecei por ficar atordoada com o curriculum do professor que a estava a falar sobre verdades inconvenientes. Tinha setenta e poucos anos e há mais de cinquenta que dava aulas. Dizia ele que alguns dos seus alunos já estavam aposentados. Obviamente que com setenta anos, o normal é estar-se reformado. De facto, o senhor estava. Estava reformado da sua profissão, mas pude perceber que jamais estaria aposentado das suas convicções. Transpareceu uma imensa capacidade a diversos níveis. Achei fantástico o carisma que colocava nas palavras, a determinação com que as vivia. A certa altura disse: “O mundo anda literalmente aporcalhado”. Esta frase provocou na plateia uma gargalhada colectiva. Enquanto apresentava os slides com que se fizera acompanhar, ia mostrando que a nossa sociedade, os jovens de hoje muito pouco fazem para que os seus netos possam viver num mundo não inóspito. Verdade indiscutível pensei eu.
Poderia aqui citar as diversas frases brilhantes que lá ouvi, mas seria absolutamente despropositado. Porém, saí daquela sala com um espírito diferente daquele que levava. Esta onda economicista em que estamos mergulhados, é a nossa autodestruição. A arma mais letal de todas e aquela que incrivelmente é levada a termo por nós. Esquecemo-nos que precisamos do mais ínfimo ser vivo para que possamos viver e acabamos por destruí-lo sem pudor.
Pergunto-me para que mundo trarei eventuais futuros descendentes? Podridão é a única resposta que me ocorre. É urgente mudar, não na teoria mas na prática caso contrário num futuro a curto prazo, nos mais valiosos cofres não estarão notas, mas antes botijas de oxigénio e de água potável, (se ainda a houver).

2 comentários:

Anônimo disse...

A catequese k dei na semana passada foi precisamente a falar disso! Enfim, ninguém se preocupa com o que está em degradação, considerada lenta por não acontecer de um minuto para o outro, mas acontece a todos os minutos. "não se vê, dizem as crianças", "não me afecta, ainda recebo o ordenado", dizem as crianças adultas, "poluição é o nome de quem?", questionam-se os veteranos com alzeimer, pessoas felizes, mergulhados na ignorância, na ausência de conhecimento do mundo que podiam ter feito... a seguir seremos nós.

Anônimo disse...

Eu preocupo me participo na reciclagem lololol...Mas ok admito é verdade mas o mundo esta ja destinado ao seu fim tal como o conhecems agora! Podemos tentar no entanto k este fim seja um pouco mais higienico e respiravel!
A raça humano ja vive a tempo suficiente!!!!!!!!!!!!! lolol seremos destruidos pelas fossas ha ha ha (riso malefico)